O governador Marconi Perillo voltou da Europa entusiasmado com a receptividade que teve. E também com as boas perspectivas de atrair investimentos para Goiás. Durante duas semanas, a missão goiana se reuniu com empresários na Espanha, França e Portugal. Foi, sobretudo, na França, em Paris, que o governador encontrou empresários dispostos a atrair em nosso Estado.
“E impressionante quanto as pessoas lá fora apreciam o que está acontecendo em Goiás”, disse Marconi. “E impressionante quanto é forte o interesse dessas pessoas pelo nosso Estado”, completou. O governador contou que, por onde passou, encontrou pessoas que investem ou vão investir em Goiás. “Todas ficam espantadas com a velocidade do nosso desenvolvimento”, reparou Marconi. “Encontrei pessoas que estiveram aqui, em Goiás, há 15 anos atrás e que ficam pasmas quando percebem o que está acontecendo”.
Segundo Marconi, um dado que impressionou fortemente os estrangeiros é a pujança do agronegócio no Centro-Oeste, sobretudo em Goiás. O agronegócio vai exportar mais 96 bilhões de dólares este ano. Segundo estimativas atuais, o Brasil terá, este ano, pouco mais de 2 bilhões de dólares no saldo da sua balança comercial, enquanto Goiás terá um superávit de 2,5 bilhões de dólares em sua balança comercial. “Nós estamos carregando o superávit do Brasil nas costas”, festeja o governador.
A missão do governador Marconi Perillo à Europa ensejou vários entendimentos com governantes e empresários europeus, mas teve como resultado mais consistente a adoção de uma nova meta externa para o Governo de Goiás, que deverá se concretizar em parceria com o setor privado. Nas palavras do próprio governador, “Goiás vai se transformar em referência brasileira e exemplo mundial de produção, consumo e exportação de energia limpa e renovável”.
Já está programado para 18 de março de 2014 um encontro de grandes negócios dos dois grupos empresariais, voltados para formação de parcerias, novos investimentos e contratos bilaterais de comércio exterior. O grande desafio é a promoção de uma rodada de negócios cujos parceiros já se conheçam.
Foi na Espanha que o governador confessou ter formado convicção de que a vocação para a produção de energia limpa e renovável será a grande contribuição goiana para um mundo sustentável. “Tenho afirmado em toda parte que Goiás tem um céu mais limpo e isto gera indagações sobre sustentabilidade nas pessoas. Se ainda estamos estruturando nossa matriz energética limpa e já sentimos a diferença, imaginem quando desenvolvermos mais este diferencial com a implantação de novas tecnologias”, diz o governador.
Marconi visitou grandes centros produtores de energia com tecnologia de armazenamento de calor solar e se disse convencido de que este é o melhor modelo para Goiás. O novo sistema será implantado junto às usinas de etanol para a produção e exportação de energia elétrica.
Oportunidades
São inúmeras as oportunidades de negócios para o investidor europeu. Na área energética, Goiás terá como meta a produção de 10 mil Megawatts de energia renovável. O Governo do Estado quer incentivar a operação das quatro plantas de produção de biodiesel já implantadas, além de incrementar com energia solar a cogeração em 21 usinas de etanol. Será uma mudança na matriz energética, utilizando tecnologia de armazenamento de calor para tornar perene o funcionamento das turbinas do etanol – que já são movimentadas quando há safra e produção de resíduo (bagaço) da cana.
Na próxima semana o governador Marconi Perillo assinará decreto criando grupo de trabalho para promover estudos e apresentar propostas de atração de investimentos do setor de energia solar para o Estado de Goiás, envolvendo sete secretarias e duas agências governamentais. O grupo incentivará entendimentos entre do setor de etanol com empresas europeias detentoras de tecnologia para produção de energia solar.
Um novo marco regulatório do setor ambiental obrigará todas as prefeituras do País a adotar, a partir de 2014, sistemas de tratamento de resíduos sólidos. O cumprimento da nova lei é considerado um bom negócio através de parcerias entre investidores, empresas especializadas e o setor público.
O governo estadual vai transferir o serviço de coleta e tratamento de esgoto para o setor privado. A concessão do serviço nas dez maiores cidades de Goiás já teve licitação concluída, mas com tendência de grande ampliação nos próximos anos.
Goiás e Distrito Federal formaram um consórcio para realizar o planejamento, financiamento e implantação de sistemas de abastecimento de água e de coleta, tratamento e transformação de resíduos sólidos nas dez maiores cidades do Entorno do Distrito Federal, entre elas cinco em território goiano. Águas Lindas, Valparaízo, Novo Gama, Luziânia e Cidade Ocidental formam, com as cidades satélites do DF, uma população estimada em 5 milhões de pessoas.
O Governo de Goiás está buscando operadores de crédito e financeiras internacionais para contratação de financiamento de 250 milhões de dólares para investimento no setor de saneamento e transporte público. O valor faz parte do limite de endividamento do Estado aprovado pelo Tesouro Nacional, com aval da União para as garantias do financiamento. Em números globais, o Estado de Goiás está contratando cerca de R$8 bilhões em crédito para investimentos nos projetos de infraestrutura.
Negociação com franceses
Uma parceria entre o Governo de Goiás e a Confederação Comercial e Industrial francesa resultou no agendamento de duas rodadas de negociação entre empresários goianos e franceses. O objetivo é fechar negócios bilaterais para importação, exportação, formação de parcerias e concretização de novos investimentos no Estado de Goiás.
O primeiro encontro será em Paris, envolvendo empresários goianos dos setores de bioenergia, agroindústria, farmoquímica, genética animal, gastronomia e as indústrias do turismo, da moda e da produção cultural. Parceiros europeus dos mesmos setores já agendaram visitas a Goiás para sondagem visando colaboração bilateral. A segunda rodada será programada em seguida para acontecer em Goiás.
Obras para o Entorno do DF
A Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT – e a Sudeco desenvolveram estudos de viabilidade e já concluíram, em cooperação com a empresa francesa Esgis Rail, o projeto executivo de uma linha de trem veloz entre Goiânia e Brasília, por onde trafegariam passageiros durante o dia e cargas no período noturno. O sistema será baseado em tecnologia de média velocidade (equipamentos que trafegam em velocidade média de 180 km) como forma de ser viabilizado economicamente. A decisão da obra foi tomada depois de estudos do IBGE projetarem, para o eixo Brasília – Goiânia, a evolução no sentido de se tornar o segundo maior mercado de consumo do País, com 20 milhões de pessoas. O projeto será submetido agora à Presidência da República.
O Governo de Goiás tenta parceria para implantação de transporte ferroviário de massa entre o município goiano de Luziânia e o centro da capital federal. O projeto, já em estudo pela ANTT, estima atender cerca de 250 mil pessoas que trafegam diariamente entre Luziânia e Brasília. O governador Marconi Perillo já realizou diversos encontros com o ministro dos Transportes para viabilizar o projeto. Goiás e Distrito Federal têm igual interesse em sua concretização.
Uma obra de 1,5 bilhão de reais está prevista para estender o BRT de Brasília a Santa Maria até a cidade de Luziânia. A obra, na parte do Distrito Federal, já está em andamento e já houve liberação de recursos federais para a execução da parte goiana. A Secretaria de Transportes do DF e a Secretaria de Cidades de Goiás já iniciaram estudos técnicos para a concretização do projeto previsto para ser finalizado em cinco anos. Está concluído o projeto para extensão do metrô de superfície Norte/Sul de Brasília, que vai até Ceilândia, no Distrito Federal, até a cidade goiana de Águas Lindas. A parte da obra no Distrito Federal já está em andamento.
Empresas interessadas
ENDESA – Trata-se de um grupo empresarial de investimento, construção e operação de sistemas de transmissão de energia com forte presença nos países da América Latina, inclusive no Brasil e em Goiás. A Endesa criou uma nova subsidiária dedicada à produção e distribuição de energia renovável, coincidindo com a decisão do governo goiano de ampliar e incentivar os investimentos no setor. O grupo poderá migrar da Argentina para o Brasil a fim de escapar ao intervencionismo do governo argentino.
VEOLIA – Empresa francesa com atividade multinacional, operadora de sistemas de tratamento de água, esgotos e resíduos sólidos nos grandes centros de consumo em várias partes do mundo. No Brasil, atende a Petrobrás no tratamento de resíduos.
ABENGOA – Grupo espanhol com forte atuação no mercado latino-americano e asiático, especializado em produção e transmissão de energia, com avançada tecnologia em geração de energia elétrica com base no armazenamento do calor solar. O grupo já está em negociação com as usinas de produção de etanol em Goiás, onde pretende instalar o primeiro projeto de geradores solares.
HIDROPLUZ – Subsidiária do grupo Vinci, formado pela união de franceses e suecos, especializada em saneamento público e construção de obras de saneamento. Foi programado um encontro da empresa com a Saneago e com a Secretaria de Agricultura de Goiás, com o propósito de ampliar projetos nos setores de abastecimento das cidades e irrigação de áreas áridas.
BBVA – Grupo financeiro com 150 anos de mercado, presente em 35 países, com 50 milhões de clientes, 120 mil empregados e receita de 50 bilhões de euros. O BBVA é sócio em 5% do Bradesco e tem investido no setor elétrico brasileiro, inclusive em Goiás. A organização opera em um mercado deprimido na Europa e, por isto, enxerga na América Latina o melhor ambiente do momento para novos negócios.
RATP – A RATP começou sua atuação com a implantação da linha 1 do metrô de Paris e hoje atende a 12 milhões de passageiros por dia. É o quinto operador mundial de sistemas de mobilidade. No Brasil opera a linha 4 de São Paulo e o projeto de Porto Maravilha, com linhas de VLT. Foi responsável pela implantação do primeiro metrô automático (sem operadores) na cidade de São Paulo.
IBERDROLA – Empresa especializada em produção de energia eólica e solar, com grandes investimentos no Brasil no setor de transmissão de energia elétrica. A empresa está interessada em investir nos sistemas de transmissão de energia em Goiás, já que trabalha com 5% de queda na demanda por energia elétrica na Europa, ao mesmo tempo em que, em Goiás, apresenta um crescimento inverso (5% de aumento) na demanda por energia industrial.
FONTE: http://www.goiasagora.go.gov.br/empresas-francesas-poderao-investir-em-goias/
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